AVISO

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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Confusão

E mais uma vez tudo isso acontece
Às vezes nós pensamos que sabemos, mas no fim admitimos que não sabemos
Afinal, estamos sempre tão enganados
Eu já nem sei mais o que é certo, o que é errado
Sei o que sinto e apenas isso
Embora até os sentimentos tenham se tornado confusos
Só estou perdido, mais nada
Não sei pra onde ir, sinceramente
Quando um diz, o outro cala
Se o primeiro se cala, o segundo começa a falar
E as coisas vão indo assim
O "A" de hoje amanhã será "B"
E o "B" de amanhã logo logo se tornará um "A"
Meu propósito então é libertar-me da dúvida
Mas não é tão fácil quando as questões chegam a essas proporções
E nessa de vai-não-vai, andei-mas-não-andei, eu vou
Aliás, não vou, porque nunca saio do lugar
E se saio acabo sempre retornando a ele
Se estou desperdiçando a minha existência?
Nem eu mesmo sei
Só sei que uma hora ou outra algo precisará ser feito

sábado, 25 de abril de 2009

Turbilhão

E agora tudo que eu precisava é de uma voz suave
O afago gostoso que só o coração sabe dar
As palavras carinhosas ditas com amor
Só queria poder sentir a imensidão do universo sem limites
Voar até as nuvens, ser embalado pela noite e fantasiar com a vida
Brincar com as estrelas, lançar-me no espaço, totalmente sem rumo
Perder-me em meio aos braços que transmitem afeto
E assim dormir, naquele calor aconchegante
Difícil não pensar no diferencial que tudo isso faria
Auto-suficiência é quase inalcançável nesse momento
E, perdido, sonho
Sonho com o inimaginável e a valsa da noite
Penso nas primaveras que ainda virão
Devaneio com a esperança da grande mudança
E flerto com o futuro idealizado, sem vendas em meus olhos
Caminho lentamente enquanto observo as árvores
E ouço a música que me distancia cada vez mais da realidade
Só assim encontro o substituto para aquilo que tanto almejo
Afinal, o vazio, nesse momento, não pode ser preenchido

A chave e o menino - Parte 1 (Dúvidas)

Dezessete anos, estatura média, cabelos claros e olhos negros como a noite. Assim era William, um garoto diferente dos outros e cheio de dúvidas a respeito de tudo. Sua mente era um mistério até mesmo para ele. Talvez fosse louco, isso não se sabe. Mas algo o intrigava a um nível mais profundo.
Desde pequeno morou na mesma casa e sempre houve uma porta que nunca fora aberta. Não sabia o porquê e tampouco lhe importava o que havia por trás dela, embora às vezes batesse aquela curiosidade. Mas isso se sucedeu apenas até que ele completasse quinze anos. Foi nesse momento que as questões começaram a brotar e o mundo inteiro se tornou um mistério a ser desvendado. Nada mais lógico, então, do que se perguntar o que haveria atrás daquela porta.
Contudo, mesmo querendo descobrir os segredos mais profundos jamais revelados, tinha medo do que isso acarretaria. Aliás, temia com todo o coração para onde as respostas o levariam. O que poderia acontecer quando soubesse o resultado da equação? E será que a conta estaria sendo feita corretamente? Existia a possibilidade de a fórmula estar errada. Mas se assim o fosse, quais seriam as conseqüências?
Não sabia e tinha pavor de se arriscar a somar os números. Morria de medo de tropeçar, se perder no caminho e quando percebesse o erro fosse tarde demais para reverter a situação. Porém, não teria que abrir aquela porta para poder saber o que havia ali dentro? Não seria ele o único capaz de encontrar o x e o y de tudo isso? Bom, poderiam até encontrar para ele, só que isso ainda não o daria a certeza de que o raciocínio estava correto.
A porta era tão bela, tão atraente e tão diferente. Não era extravagante. Pelo contrário, era uma das portas mais discretas que William já vira em toda sua existência. Tanto que muitas pessoas que freqüentavam sua casa nem percebiam a existência dela, mesmo passando dezenas de vezes no corredor em que esta se encontrava. Bom, na verdade a porta só era importante para William.
Um dia perguntou aos seus pais sobre o que havia por trás dela e a resposta foi definitiva. “Existe isso, meu filho”, disse sua mãe com toda a certeza. Mas o garoto não se contentava com a resposta, pois era extremamente determinista e pouco provável. Pelo menos muito improvável para a mente confusa de um menino de dezessete anos que se encontrava no estado de William.
Fez diversas pesquisas sobre portas estranhas e muitas delas mostraram universos de possibilidades. Mundos onde tudo era possível e o limite totalmente inexistente. Mas ele achava que tudo aquilo era fantasioso demais e várias vezes se dava por vencido, concluindo que sua mãe tinha razão. Questionou sobre a localização da chave, mas ninguém sabia. Pelo visto estava sozinho nessa jornada. Não porque as pessoas não quisessem ajudá-lo, afinal muitas tentavam. O problema é que nenhuma conseguia dar-lhe uma certeza e as dúvidas cresciam a cada dia.
Aos dezesseis anos algo lhe chamou ainda mais a atenção. Após certo evento que, de início, o traumatizou, começou a ouvir vozes que vinham de dentro dele e tentavam explicar onde a chave estava. Mas as letras pareciam soltas e ele não conseguia juntar as palavras. Tudo era ainda mais confuso e o mundo havia virado uma bagunça. Sentia-se olhando para uma pintura abstrata onde não conseguia achar uma opinião sobre a obra. As interpretações eram muitas, se ligavam em diversos pontos, mas nunca davam a resposta.
E assim as coisas foram acontecendo. Toda a confusão durou pouco mais de um ano. E foi um tempo desesperador, onde não se achava uma base nem nada que pudesse sustentá-lo em seus pensamentos. Sua mente era um mundo do qual queria fugir, mesmo sabendo que não podia. Mas nesse meio tempo as coisas pioraram ainda mais.
Placas, músicas, fotos, comerciais, filmes e pessoas. Tudo ao mesmo tempo. Todos eles iniciaram uma tentativa conjunta e desesperadora de esclarecer os sons das vozes, mas a coisa se tornava cada vez mais confusa. Tudo era surreal e subjetivo, tão subjetivo a ponto de não poder ser decifrado. O barulho parecia ensurdecedor. E todas aquelas coisas juntas o deixavam cada vez mais insano.
Até que um dia, ao ver os símbolos e números nos papéis brancos e ouvir com mais atenção as vozes, William conseguiu finalmente entender o que tudo aquilo queria transmitir. Descobriu, naquele momento, onde estava a chave. E para sua surpresa era o lugar mais óbvio do mundo.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Partes de um todo

Encontro

Sonhar,
fantasiar, viajar
Tudo isso faz parte
Buscar é mais do que apenas procurar
E achar é mais do que apenas encontrar.

Vida

Ninguém pode ditar a verdade
Senão aquele que o tempo todo bate
Sabendo ou não o caminho, ele te dirá
E acertando ou errando, você terá tentado.

Observação

Olhar para os lados é fator de grande importância
A rua é grande e não está vazia
Um carro ao longe é mais difícil de distinguir
Mas não quer dizer que este não exista.

Luta

Correndo a gente acaba alcançando
O horizonte sempre se renova
O destino fica mais perto e mais longe a cada passo
E não se pode contar sempre com a mão misteriosa.

União

Caminhos longos e árduos
Terrenos difíceis e angustiantes
A estrada é longa e sem rumo
Mas uma gota d'água sempre levanta o oceano.

Igualdade

Querer o azul e não ignorar o amarelo
Porque o rosa também tem sua importância
Assim como não se pode imaginar o mundo sem o verde
E o preto será sempre o melhor amigo.

Revolução

Correr para o fim da linha
Sabendo que no fim a corrida sempre acaba
Mas a torcida ficará lá eternamente
E os grandes feitos jamais serão esquecidos.


Pois quem tem ouvidos, que ouça. E que tem olhos, veja
Visto que tudo se altera, mas a estrada permanece a mesma
Ângulos mostram a mesma coisa de formas diferentes
E nada do que buscamos pode ser real.

Valerá uma existência sem um objetivo?
Então que se encontre o significado em meio às palavras soltas
O caminho quem constrói é você
Mas o sentido será sempre o mesmo.

"I'm awaking in a new world"

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Tudo e nada!

É, dias vem e dias vão
A gente cresce, o tempo passa
Dúvidas, questões e tantas incertezas
Caminho certo é o mais difícil
Senão cartas, talvez outra coisa
Experiência mais profunda é a alma do negócio
Nem sei quantos dias faltam
Mas a vontade de acordar me consome
Não, não entendo o que o relógio mostra
Só consigo imaginar que algo está sendo dito
Não é bem por aí, se pararmos pra pensar melhor
Ritmo é individual, cada um tem o seu
Crescimento é fundamental e geralmente demorado
Falar em trabalho é fácil quando não se conhece o caminho
Pensar, pensar e pensar
É tão bom como dizem?
Sei lá! Só sei que enquanto me levar pra frente eu continuo andando
E assim a vida continua
E eu tento a cada dia enxergar uma coisa nova
Mas o caleidoscópio gira rápido e eu já esqueci a imagem anterior.